Não vejo porque me sentir feliz em estar sozinho. Ninguém quer estar sozinho. Mesmo num monte de gente ou com um grupo pequeno de amigos ou dentro do próprio quarto. Mas há em mim dois desejos simultâneos que gritam por comando e liderança no âmbito pessoal e interpessoal: o de se isolar e não ser incomodado ou não incomodar e o de se conectar e ser ouvido. Quando um não é atendido, o outro responde.

Crio em volta de mim uma casca invisível, porém representável e expressável por mim mesmo através de simbologias e sinais que somente os de boa percepção e empatia entendem, compreendem, percebem. Há poucos que se arriscam no bater da porta e pedir para ser convidado no recinto. Concedi a chave a alguns no passado e foi de grande decepção. Na época, eu era muito aberto. Hoje, aprendi a me fechar e só abrir quando tivesse certeza de que estaria num ambiente confortável (não me refiro só ao espaço em si) e com pessoas que me entendem e me ouvem.

Vou demonstrar alguns cenários que vivencio e que busco externalizar: quando estou calado, reservado, quieto, me torno covarde em não tomar a iniciativa de ao menos tentar me comunicar e me expressar, me conectar com os outros ao redor – ou pelo menos com os que se permitiram continuar a conexão que eu iniciei. Porém no mais interior busco gritar pra que alguém me pergunte, puxe um assunto, compartilhe algo de sua vivência, que seja alguém que tome a iniciativa de fazer aquilo que eu não tive coragem de fazer. O desejo é de ser alcançado. Às vezes externalizo com meu corpo ou minha roupa. Quando não sou alcançado, permaneço fechado. Não me abro enquanto alguém não encontrar a chave certa (que em algumas circunstâncias só eu posso entregar) e se dispor a me alcançar. Diria que posso me comparar com um museu antigo altamente fortificado e protegido por guardas armados até os dentes, que espera o primeiro corajoso a se arriscar a entrar, passar pelas barreiras (que eu mesmo criei) e contemplar as maravilhas e riquezas que possui dentro de si. A complexidade e a beleza são tamanhas, raras de se encontrar em qualquer outro museu, mas poucos são escolhidos para ver e observar. Poucos são os valentes que se aventuram neste incrível santuário sagrado.

Por outro lado, quando me abro, estou vulnerável a qualquer resposta que se possa ter àquilo que eu disser. Uma resposta frequente é a rejeição, a displicência, o ignoro. E quando sou ignorado, tento de novo. E depois de tentativas falhas, me fecho novamente. A casca é criada mais uma vez. O portão do castelo é trancado e guardado por um dragão flamejante de 7 metros de altura. O príncipe trancafiado grita por ajuda, alguém para quebrar as barreiras da comunicação. A menos que o castelo seja demolido e o dragão derrotado, ou a menos que o príncipe saia do castelo, é impossível entrar lá. A não ser pelo príncipe, ninguém entra e ninguém sai.

Confesso que pode ser um ato egoísta de minha parte. Me fechar para o mundo e me importar somente com aquilo que me pertence - meus pensamentos, minhas emoções, minhas ideias, meus problemas -, me reservar exclusivamente a mim mesmo sem ao menos estender a mão ao exterior.

Porém, se ninguém me alcançar, eu não me abro. E se eu não abro, ninguém me alcança. E essa é a pior solidão que um homem possa sentir (ou pelo menos uma das piores), onde o homem cria uma solidão pra si mesmo. Ninguém pode entrar no santuário sagrado que é sua privacidade e zona de conforto. Nela, o homem se sente livre para fazer o que lhe aprouver.

Os outros só me veem, por comparação, como um ovo cuja casca pode ser tóxica e letal, e isso assusta as pessoas. Isso cria uma imagem negativa nas pessoas que eu sou inalcançável. A torre pode ser alta, mas não é impossível para quem está disposto a se arriscar e se aventurar até o topo e descobrir o que ela contém. Afinal, não custa tentar.

Posso também ser uma carta proibida, um tesouro escondido, uma ilha deserta, uma relíquia intocável, um parque temático esquecido, um shopping abandonado, um brinquedo deixado de lado e largado para trás, uma boneca que ninguém brinca mais, um mudo, um andarilho que a família e os amigos desertaram e abandonaram nas ruas ou no deserto, um “quiet kid.”

Posso ser o esquisito, o renegado, o ignorado, o “homem de dores e experimentado no sofrimento” de Isaías 53, alguém de quem as pessoas escondem o rosto, o leproso. Por isso não falam tanto comigo em busca de intimidade e conhecimento mútuo, e se me dirigem a palavra, o fazem com cautela e usando de poucas palavras, como se não tivessem o mínimo de interesse.

Vocês têm medo de mim, como se eu fosse um monstro ou o bicho-papão. Como se fosse transmitir alguma virose. Como se eu fosse capaz de machucar vocês com as minhas palavras ou minhas emoções.

No entanto, há uma verdade profunda que desejo compartilhar com vocês: atrás dessa fachada aparentemente inacessível, há um ser humano que anseia por conexão, compreensão e afeto. Eu também sou suscetível a sentimentos de solidão e isolamento, assim como qualquer pessoa.

Eu anseio por um toque sincero, um olhar empático, uma conversa significativa. Porém, o medo e a imagem que me cercam muitas vezes afastam aqueles que poderiam se aproximar. E é nessa situação que me encontro preso, uma prisão criada por mim mesmo, onde minha vulnerabilidade é ocultada e minha humanidade é frequentemente negada.

Ainda assim, peço a vocês que considerem a possibilidade de ir além das aparências e das suposições. Se for para supor, suponham que eu não esteja bem o tempo todo. Insistam, perguntem, não tenham medo, sejam teimosos. Façam o que for possível pra tirar aquilo que está no cerne do meu ser.

Convido-os a olhar além da casca aparentemente tóxica e explorar o que há dentro de mim. Novamente, não tenham medo. Eu posso parecer uma torre imponente, mas há uma escada oculta, pronta para ser descoberta por aqueles dispostos a se aventurar.

Não sou um ser proibido, mas alguém em busca de conexão e pertencimento. Não sou uma relíquia intocável, mas um ser humano repleto de experiências (algumas traumáticas, outras nem tanto) e histórias para compartilhar, mesmo que não sejam iguais as suas ou melhores do que as suas. Não sou um leproso, mas alguém que deseja ser visto, ouvido – além de ouvido, escutado - e compreendido em sua totalidade, com todas as suas peculiaridades e idiossincrasias. Afinal, eu não sou qualquer um.

Portanto, convido cada um de vocês a superar o medo e a hesitação, a se aproximarem sem receios. Sejam curiosos e permitam-se descobrir quem realmente sou. Porque, no fim das contas, todos somos seres humanos em busca de conexão e amor.

Não sou o monstro que imaginam, mas alguém em busca de compreensão e aceitação. E se derem uma chance, talvez possamos encontrar um caminho para quebrar as barreiras que nos separam e descobrir uma conexão genuína e significativa.

Porém, se há uma coisa que eu não peço é que me tornem o centro de vocês. Todos têm seus interesses pessoais a tratar, suas emoções, seus traumas, sua história, seus gostos pessoais, suas linhas de pensamento, suas famílias, seus amigos, seus objetivos... Enfim, dizendo isso, eu compreendo que cada um é o protagonista de sua própria história, embora durante minha vida eu tenha tido razões para pensar o contrário a respeito de minha história: de que eu seja um mero coadjuvante ou figurante, assim como o Xaveco da Turma da Mônica que busca protagonismo e importância a todo custo mas não consegue.

Desejo-lhes coragem para enxergar além das aparências, empatia para se aproximarem com bondade e alegria na descoberta de que somos mais semelhantes do que imaginamos. Que ninguém possa ser melhor que ninguém (ou se sentir como tal) e que ninguém seja pior que ninguém (ou se sentir como tal). Que possamos construir pontes e superar os medos que nos impedem de criar laços verdadeiros. Esse é o meu desejo. Mas creio que não será possível enquanto continuarmos a ser essa raça humana que só olha pro próprio umbigo. Independente de raça, cultura, etnia, religião, gostos, etc, todos somos um.


09/11/2025 (14:57): Nascentia.

09/11/2025 (15:24): Aprimorei um pouco a homepage.

09/11/2025 (17:30): Adicionei mais coisas ao Sobre Mim.

09/11/2025 (18:20): Arrumei mais um pouco a homepage e coloquei meu vídeo favorito lá - o Round 9 do Decapong da Vanguarda.

09/11/2025 (18:23): Iniciei a registrar na seção Diário o progresso da criação do site.

09/11/2025 (18:30): Ainda escrevendo enquanto escuto KANYE MADE TPAB.

09/11/2025 (18:44): Com um esforcinho, adicionei uma imagem e reajustei o tamanho.

09/11/2025 (18:49): Ainda não tive sucesso em mudar o fundo dessa seção. Uma hora eu descubro.

09/11/2025 (18:53): Consegui centralizar texto e vídeo.

09/11/2025 (19:12): Adicionando minhas artes na seção Artes.

09/11/2025 (19:27): Coloquei a frase do dia e um GIF.

09/11/2025 (19:31): Problemas em colocar um texto ao lado de uma imagem.

09/11/2025 (19:34): Assistindo...

09/11/2025 (19:37): Infelizmente Okuyasu apagou uma frase do diário. :(

09/11/2025 (20:00): Problemas com um texto da homepage.

09/11/2025 (20:06): Problema resolvido.

09/11/2025 (20:16): Adicionei uma playlist minha.

09/11/2025 (20:33): Estou insistindo em criar sub-abas.

09/11/2025 (21:16): Tá tenso arrumar as sub-abas e uma grid para rearranjar meus álbuns da Bandcamp.

09/11/2025 (21:19): Deixa, consegui kk.

09/11/2025 (21:30): Adicionando alguns álbuns do meu projeto Afterdeath Television. Vai dar um trabalhinho.

09/11/2025 (22:08): Tô me divertindo customizando meu site.

09/11/2025 (22:47): Adicionando álbuns do Internet Archive.

09/11/2025 (23:42): Coloquei mais artes.

09/11/2025 (23:49): Coloquei caracteres japoneses nas abas.

09/11/2025 (23:55): Preciso dormir. Mas posso colocar mais álbuns no Arquivos. Acho que é só. Vou parar por hj e continuar amanhã.


10/11/2025 (10:19): Assistindo... e arrumando/adicionando umas coisas no site. Retirei os caracteres japoneses, já que ocupam espaço nas abas.

10/11/2025 (10:34): Problemas com formatação de títulos.

10/11/2025 (10:38): Planejo transferir a homepage. E talvez seja possível... esqueci o que eu ia escrever kk.

10/11/2025 (10:41): Lembrei. Talvez seja possível ter mais de um arquivo css, para os tipos de estilos que pretendo incluir.

10/11/2025 (10:50): É, ainda preciso aprender muito sobre html e css. Nevertheless, vou testar um ngc agora.

10/11/2025 (11:30): Página de entrada adicionada.

10/11/2025 (11:48): Adicionei seções ao diário para maior acessibilidade e tirei o header do Diário.

10/11/2025 (12:08): Adicionando gifs às abas.

10/11/2025 (12:14): Aprendi a posicionar gifs ao lado do texto e agora posso decorar como quiser. Vou voltar a decorar as abas.

10/11/2025 (12:27): Agora posso realizar meu sonho de poder reviver a internet antiga de praticamente 20 anos atrás.

10/11/2025 (13:10): Sala de experimentos criada.

10/11/2025 (13:25): Graças à sala de experimentos e o guia de HTML que encontrei, consegui finalmente colocar um fundo personalizado para a página do diário. Vou testar com outras páginas em breve.

10/11/2025 (13:47): Já estou conseguindo pegar o jeito da coisa.

10/11/2025 (16:40): Criado a Sessão Nostalgia. Já estou adicionando os vídeos nostálgicos que fizeram parte da minha jornada na internet, desde 2006 até hoje.

10/11/2025 (17:39): Realmente dá muito trabalho relistar mais de 400 vídeos separados em anos. Provavelmente vou recorrer a hiperlinks pra cada vídeo.

10/11/2025 (20:42): Vídeos de 2006 até 2011 adicionados à Sessão Nostalgia. Falta de 2012 até 2016.